sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Timor e a mulher de César

Do relato de imprensa da UNMIT publicado em 28FEV08:

"AFP-UNPol descobrem balas na residência do PM:
A Equipa de Investigação da Polícia Federal Australiana e a PNTL que estão a conduzir o exercício de reconstituição dos eventos de 11 de Fevereiro na residência do PM Xanana descobriram 16 balas no local. O Procurador-Geral da República (PGR) Longuinhos Monteiro disse que as balas serão enviadas para Darwin, Austrália para testes balísticos. O PGR Monteiro disse que o FBI foi excluído do exercício de reconstituição, mas que a Polícia Federal Australiana (AFP) tirou fotografias aéreas do sítio para ajudar a localizar os pontos de disparos."


Assim não vão lá!... Que me lembre, em todos os testemunhos sobre os incidentes que terão --- acredito que tenham mas esta é a linguagem mais apropriada quando estão a decorrer investigações sobre o assunto --- envolvido o Primeiro Ministro de Timor Leste, nunca foi referida a existência de disparos junto da/contra a casa do mesmo. As únicas referências que foram feitas (pelo próprio XG) foram as da existência de "fogo cerrado" (sic) contra as viaturas da sua comitiva quando a caminho de Dili.
Como é que aparecem agora estas balas? Certamente haverá uma explicação mas...

Num inquérito a uma situação destas pretende-se principalmente duas coisas:

a) em primeiro lugar descobrir a verdade; e

b) em segundo lugar (mas não menos importante) assegurar que ninguém, jamais (em francês! Ler "jamé" como o outro!... :-) ) --- i.e., agora e no futuro --- poderá, sequer, sonhar que o resultado das investigações não corresponde à verdade nua e crua.

Ora, ainda que acreditando que quem está a fazer a investigação são pessoas de idoneidade irrepreensível e que chegarão à verdade, a verdade --- desculpem a repetição... --- é que elas não estão em condições de assegurar o alcançar do segundo objectivo.
De facto, de uma forma ou de outra poder-se-á dizer que os dois intervenientes na reconstituição da cena e, até, o terceiro "pilar" da pesquisa (o FBI, que não participou) têm algum tipo de interesse no caso (porque não foi o FBI? Mesmo que não fossem lá fazer nada deveriam ter ido para não deixarem caraminholas na cabeça das pessoas). E mesmo que não tenham tal interesse, o pior é que as pessoas os vêm como tendo.
O erro foi --- creio que mais por falta de experiência do que por maldade maquiavélica --- ter envolvido estes intervenientes no processo, incluindo o FBI.
Recorde-se que num processo com algumas semelhanças embora com fim muito mais trágico, o governo do Paquistão não hesitou em convidar a Scotland Yard para investigar o atentado que vitimou Benazir Buttho. E com bons resultados, na medida em que ninguém se atreveu a colocar em causa as conclusões da investigação dos ingleses. É isso que é necessário em Timor.

O presente inquérito está, infelizmente e seja qual for o resultado, "ferido de morte" em relação a um dos seus objectivos mesmo que não o esteja em relação ao outro. E isso é terrível. É que ninguém se deve esquecer nunca que "à mulher de César não basta ser séria; é também preciso parece-lo". Infelizmente não é o que acontece no caso do inquérito em curso.
De facto, mesmo que se venha a descobrir a verdade verdadeira --- e até acredito que venha --- haverá sempre alguém, na rua, no remanso das suas casas ou entre as paredes dos gabinetes de quem manda ou mandará, que ficará com uma nesga de dúvida. É isso que não deve acontecer. NÃO PODE acontecer. A bem da Nação... :-)

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Como disse?!... O pão pode aumentar 50%?!... Endoidou!...

Pois é. Nestas ocasiões há sempre uns "xicos espertos" que "atiram o barro à parede para ver se pega"...
Desta vez é com o possível aumento do preço do pão em Portugal. Na verdade os preços do cereal têm aumentado significativamente nos últimos tempos, como ilustrado na figura abaixo em relação aos Estados Unidos, o principal produtor e exportador mundial e "casa" das principais bolsas mundiais do trigo (Chicago e Kansas City):

Esta subida tem várias justificações, nomeadamente a queda de produção em alguns países, a limitação das exportações por outros (caso do Cazaquistão, grande exportador mundial), o aumento das compras da Índia no mercado internacional, etc. E claro que quando a oferta diminui e a procura aumenta, quem "sofre" é o preço, que aumenta. Note-se que os stocks de cereais existentes a nível mundial atingiram agora o seu nível mais baixo dos últimos 30 anos, sendo que os stocks nos Estados Unidos são s mais baixos desde... 1948! Há 60 anos!
Mas daí a o aumento do preço do trigo se repercutir significativamente no preço do produto final (neste caso o pão) vai uma grande distância já que o custo em cereal é apenas uma parte do custo do bem final. Veja-se, mais uma vez, um exemplo dos Estados Unidos: cada dólar pago pelo consumidor é "repartido" por vários custos que determinam o preço final:


Neste exemplo os custos em matéria prima agrícola (o "farm value" do gráfico) são apenas cerca de 20% do valor final do produto. Isto significa que em cada €uro de pão só 20 cêntimos vão para pagar o trigo. Admitimos que Portugal e os Estados Unidos não têm a mesma estrutura de custos mas provavelmente a diferença não será muito significativa. Recorde-se que o Ministro da Agricultura chegou a dizer que a parte da matéria prima no preço do pão entre nós é, por vezes, de cerca de 5-10%...

Moral da história: os consumidores que se "ponham a pau" com estes "xicos espertos" que estão a "lançar a escada" para um aumento brutal E INJUSTIFICADO do preço do pão.
Lembram-se quando há muitos anos (anos '70) se verificaram os grandes aumentos do preço do petróleo? Nessa ocasião também todos aumentavam os preços dos seus próprios produtos em 10% porque o petróleo tinha aumentado 10%! Mesmo que a energia fosse apenas 5% do custo de produção. Não deixemos a história repetir-se.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Efeito do estado de sítio e do recolher obrigatório...

... na estrutura da população timorense daqui a 15 anos segundo a pirâmide de idades do país:

E depois queixem-se que nessa ocasião não vai haver empregos para todos...
Por favor: acabem com o recolher obrigatório JÁ!
Ou então emitam telenovelas brasileiras e jogos de futebol toda a noite na TV!
Ah! E ponham 5 ou 6 Valium por litro de água sem as pessoas saberem!...
ISTO É MUITO IMPORTANTE!

Cabeças duras! Não percebem que estão a pedir o impossível?!...

"Post" do blog Timor Lorosae Nação refere declarações do padre Vítor Melícias sobre Timor. Transcrevemos:

"Só o padre Vítor Melícias, que chegou a ocupar o cargo de comissário para Apoio à Transição em Timor-Leste, foi mais solto no diálogo com o DN, confirmando que se mantém em contacto com o "nosso bispo", D. Basílio do Nascimento, de Baucau, nomeadamente por intermédio da Escola de Vítor Melícias, em Torres Vedras, e da Escola de Soibada, em Timor. Falam, por exemplo, sobre a desesperança dos jovens que não têm emprego (...)"

Esta "desesperança" é uma realidade mas a mesma desesperança têm "tataraliões" de jovens por esse mundo fora, particularmente nos países em desenvolvimento, e não é por isso que andam a queimar casas e a atirar pedras a meio mundo!
Mas uma coisa é certa: nunca ninguém da classe política timorense, da actual ou da anterior, teve alguma vez coragem para dizer, alto e bom som, que TIMOR LESTE É UM PAÍS POBRE E QUE, POR ISSO, NÃO TEM CONDIÇÕES, NEM DE PERTO NEM DE LONGE, DE CRIAR EMPREGOS PARA TODOS OS SEUS FILHOS NEM NAS DUAS OU TRÊS PRÓXIMAS GERAÇÕES (e se continuarem a "brincar" durante a noite da forma como o fazem serão 4 ou 5 gerações...). Há "resmas" de países por esse mundo fora em que isso acontece.
É chato? Pois é! Mas não há grande coisa que se possa fazer APESAR DE O DINHEIRO DO PETRÓLEO poder dar para alguma coisa. Há até países que quase se pode dizer que se "especializaram" em educar minimamente parte da sua mão-de-obra, exportá-la e receber as transferências de emigrantes... Cabo Verde que o diga e outras ilhas do Pacífico também.
Mas, por favor, tirem da "cachimónia" essa ideia de que "Independência = emprego para todos"! Puro e ledo engano! Ouviram?
Não peçam o impossível! O milagre da multiplicação dos empregos nem Maromak o faz! Multiplicar pão e vinho é bem mais fácil que multiplicar empregos (e digo isto com TODO o respeito para com quem tem fé n'Ele).
E já que os políticos não fazem o que devem fazer (DESENGANAR A POPULAÇÃO), que tal se a Igreja, pela voz dos seus bispos, desse uma ajudinha no "URTENTISSISSIMO" BAIXAR DAS EXPECTATIVAS DOS TIMORENSES ATÉ AO NÍVEL DO PLAUSÍVEL (ainda que com esforço)? Vamos nessa? Com um público certo ao vivo e em directo todos os domingos vai ser "canja"!...

Sem comentários...

Página de entrada do site do Ministério das Finanças de Timor Leste --- versão em português (quem diria!...): (clique sobre a imagem para a ampliar e tornar legível)Quem se oferece para fazer o trabalho de tradução?

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Sabe que...

... segundo o Inquérito aos Padrões de Vida de Timor Leste de 2007 realizado pela Direcção Nacional de Estatística

a) 30% da população tem 9 ou menos anos de idade?

b) e que mais 23,4% têm entre 10 e 19 anos?

c) e que 42,8% do total tem menos de 15 anos, sendo que 30,3% --- quase 1/3 da população total! --- tem idades entre os 5 e os 14 anos, exercendo uma enorme pressão sobre o sistema de ensino? (Que dor de cabeça, João Câncio!)

d) Que 40,1% dos timorenses com 12 e mais anos se identificam como agricultores ou trabalhadores rurais?

e) mas que esta percentagem sobe para 51% no caso dos homens e desce para 28,8% no das mulheres?

f) Que 26,1% da população é estudante? (mais de 1 em cada 4 timorenses! A dor de cabeça continua...)

g) e que 3,3% diz-se comerciante ou trabalhador com alguma especialização? E que 3,2% são funcionários públicos (incluindo como professores)?

h) Que 23,3% da população tem como língua mãe o mambae?

i) Que esta percentagem desce para 18% no caso do tetum, para 8,2% para o macassae e para 7,8% para o kemak?

j) Que o tetum terik, o baequeno, o tokodete e o bunak são falados como língua mãe por, respectivamente, 6,8%, 6,3%, 5,9% e 4,5% (as “outras” línguas somam 19,2%)?

k) Que 87,2% falam tetum (81,7% em 2001), 37,3% falam indonésio (42,6% há 6 anos atrás) e 16,1% falam português (5,3% em 2001). O inglês é falado por 4,8%.

l) Que os que só falam tetum (e nenhuma outra língua não-timorense) são 47%?

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Ó pá!... Não se preocupe com isso!...

Segundo notícia recente a Irlanda desmentiu que o seu ministro dos negócios estrangeiros tenha sugerido que o país poderia aceitar a imigração de "peticionários" timorenses como forma de ajudar à resolução do conflito interno.
Assim e ao contrário do que foi dito antes, "Dermot Ahern deixou claro em Dili que isso [a emigração para a Irlanda] não seria boa opção, porque provocaria um 'um êxodo de cérebros' de Timor Leste' ".
Boa tentativa de justificação, meu caro. Só que para isso você tem de demonstrar primeiro que eles têm cérebro ou, pelo menos, que o que têm não é do tipo "dois neurónios: Tico e Teco" --- em que só trabalha um de cada vez...
Vá lá! Já há já tantos timorenses na Irlanda que mais uns 100-200 não faz muita diferença. E não se preocupe com o cérebro deles... Desses tem Timor muitos --- até tem demais...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

"Estado de sítio" ou estado do 'sítio'...

... do "Picapau amarelo" ?


Não será "estado [de sítio]" a mais para tão pouco "Estado"? E quem será o picapau?

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Impagável!... Melhor é impossível!...

De notícia da LUSA:

"Os dois elementos da UNPol foram informados por um dos guardas timorenses que os homens armados na encosta queriam saber quantas metralhadoras tinham com eles, ao que lhes foi respondido que possuíam apenas uma."

Impagáveis, estes seguranças da casa do PM!... Quando for grande quero-os para meus seguranças!
Se tivessem duas metralhadoras de certeza que perguntavam aos atacantes se tinham alguma coisa para a troca. Talvez um ou dois galos de briga!... Ou um jerrycan de tuaca!
E será que terminaram a resposta pedindo desculpa? E os atacantes terão dito "obrigadu barak"? Provavelmente não. Há gente com muita falta de educação!...

Ai que não posso rir mais!...

Gralha arreliadora ou 'lapsus linguae' ! :-)

Uma gralha arreliadora (ou um lapsus linguae?) fez com que Cornélio "L7" Gama seja citado nos noticiários como tendo dito

"If possible the ‘State of Emergency’ should be extended to 2012 until the nation becomes stable and secure". [Se possível o Estado de Emergência devia ser estendido até 2012, até que a nação se torne estável e segura].

Segundo consta o que ele terá dito ou quiz dizer foi "2102" e não "2012"...
Rsssssssss

PS: uma das coisas de que gosto em Timor é do sentido de humor de certas personagens...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Sem palavras!

Porque é que as seguintes figuras retiradas de um álbum do Astérix me fazem lembrar Timor Leste? :-)



Excelentíssimo... mas dinossauro!...

Acaba de ser noticiada a decisão de Fidel Castro de não continuar oficialmente à frente dos destinos de Cuba (veja informações sobre o país aqui).
Independentemente do que ele significou, "once upon a time", para o seu povo (e não só), não podemos deixar de saudar a saída de cena do último "dinossauro".
Excelentíssimo, mas "dinossauro". Que pulverizou o recorde do outro, o nosso, "dinossauro excelentíssimo".
Felicidades ao povo cubano.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

"Prontes"!... Já está!...

Como se esperava o Kosovo declarou a sua independência (unilateral) por para tal ter sido, em boa parte, "empurrado" pelos Estados Unidos --- a que se juntaram alguns países da União Europeia.
Já disse e redigo que acho mal e um precendente perigoso para a Europa --- que é quem vai, em última instância, "pagar a factura"!...
Só espero é que Portugal não venha a reconhecer a referida independência por ela ser uma tontice e para mostrar uma espécie de "eixo comum" com a Espanha. Por solidariedade mas também por interesse próprio: se "nuestros hermanos" vierem a ter problemas com a Catalunha e, principalmente, com o País Basco, isso não interessa a Espanha e, devido à instabilidade que esta poderá atravessar, não interessa a Portugal.
Mas também não nos interessa por outras razões, mais directas: não podemos dar "abébias" aos barranquenhos, aos mirandeses e... (julgavam que eu ia falar no Alberto João, não é?!... Enganam-se!) às Berlengas!

Se a moda pega, porque não admitir que os três distritos de maioria sérvia do Kosovo declarem a sua independência deste? E que, depois, peçam a sua re-inserção na Sérvia?
E o que dizer em relação ao mapa político da África de hoje? Por este caminho em vez de 50 e tal países qualquer dia teremos 150. Ou 250? Credo! O dinheirão que isso vai custar em embaixadores e embaixadas!...

"Ils sont fous, ces romains (américains)!..."

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Mas não há nada como sorrir!...

Para isso, tomem lá aquela que é, para mim, a melhor cena de todas as aventuras do Astérix, no album "Astérix e Cleópatra":


Com que então horas extraordinárias puxando sózinho uma bloco de pedra daquele tamanho!... Rssssssssss!...

Quando a esmola é grande o pobre deve desconfiar...

Segundo os noticiários de hoje o Conselho de Ministros de Timor-Leste decidiu retirar às forças internacionais a tarefa de procurar e prender os autores dos atentados/incidentes (já não sei o que lhes chamar...) da passada segunda feira e entregar a tarefa às FALINTIL-Forças de Defesa de Timor Leste.
Esta é uma decisão inesperada (mas que se aplaude) e que torna ainda mais incompreensível a (precipitada) decisão anteriormente tomada de autorizar o reforço das tropas australiana no país. Será que "caiu a ficha" e se aperceberam que tinham "metido o pé na argola"/"a pata na poça"?

Mas há também uma interpretação mázinha para a decisão agora tomada: a de ela ser uma "casca de banana" às F-FDTL e, principalmente, ao seu comandante, Matan Ruak. É que se falhar na missão que agora lhe foi confiada vai ter muita gente "à perna"!... E aí fica ele "na mó de baixo" --- coisa que determinada(s) pessoa(s) adoraria(m)... --- e as tropas estrangeiras terão oportunidade de fazer um brilharete (se disso forem capazes...). Mais e indo ao encontro do pensamento estratégico de muito boa (?) gente, um falhanço das F-FDTL seria a demonstração da sua inutilidade e meio caminho andado para a reivindicação da sua dissolução, tese defendida por alguns, nomeadamente na Austrália.
Pedra de toque será a colaboração que os serviços de informação australianos forem capazes de prestar às F-FDTL através da vigilância electrónica que certamente realizam. Veremos se dão uma ajuda ou se "assobiam para o ar". O próprio (novo) governo australiano terá aqui uma oportunidade para demonstrar se de facto está interessado numa ajuda (minimamente) desinteressada a Timor-Leste ou se é tudo "fogo de vista" e/ou se exerce um mínimo de controlo sobre os seus serviços de informação de segurança. A ver vamos...

Repito que esta será uma interpretação mázinha da decisão tomada e que quem a tomou até pode responder: "Bolas! Preso por ter cão, preso por não ter!..."
Mas é que quando a esmola é grande o pobre deve desconfiar... Olho neles!...

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Kosovo: asneira da ONU e da União Europeia?

Confesso que não sou, de forma alguma, um especialista na matéria mas tenho seguido minimamente o assunto por causa das (algumas) semelhanças ao caso de Timor devido a ambos terem estado/estão sob a administração pela ONU.
E temo que esta, tal como em Timor Leste, tenha feito grossa asneira. Em Timor porque saíu demasiado cedo (para além das asneiras que fez enquanto esteve deveria ter estado o tempo suficiente... para dar umas lições sobre 'Estado de Direito" aos dirigentes políticos do país...); no Kosovo porque, na verdade, foi ela que actuou desde o início como se se tratasse de um país independente ou em que não havia alternativa à independência.
O pior é que estas coisas têm a sua própria dinâmica e é evidente que depois de ter estado a administrar o país como se ele fosse independente quem é que vai convencer os kosovares que não serão independentes? Todos, mas todos mesmo, os sinais que lhes foram dados foram nesse sentido --- e não deveriam ter sido!
A verdade é que tudo indica que o país é absolutamente inviável e ficará, por gerações e gerações, na dependência da ajuda internacional --- i.e., maioritariamente da União Europeia (isto é: você e eu é que vamos pagar...). Repare-se nesta parte de uma notícia de hoje sobre a iminente "secessão" do Kosovo:

"Os EUA e a maioria dos países da UE - com a provável excepção do Chipre, Grécia, Roménia, Bulgária, Eslováquia e Espanha - deverão reconhecer a independência do Kosovo.O diplomata holandês Pieter Feith vai chefiar uma força policial e judicial da UE com 1800 efectivos, que substitui os 16 mil homens da administração da ONU"

Não sei porquê mas uma vozinha cá dentro me diz que ainda vamos (nós, europeus) ter muitos dissabores por causa do Kosovo.

Veja mais informações sobre o Kosovo aqui (em português; pouca informação) ou aqui (em inglês). Um mapa com informação sobre a composição étnica do Kosovo pode ser visto aqui.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Ó vizinha: dê-me aí um raminho de coentros, sff!...

Segundo notícia divulgada pelo "Timor online", "the new police do not fall under UN command, unlike AFP officers already on the ground in Dili."
Então estão sob o comando de quem? Única e exclusivamente da hierarquia da polícia australiana? A actuar num país estrangeiro? Ou eu endoidei ou alguém endoidou! E qual a constitucionalidade de uma situação destas face à lei timorense e, mesmo, face à lei australiana?

Razão tinha eu em, noutra 'entrada' deste blog mais abaixo, ter criticado as autoridades timorenses pela ligeireza com que aceitaram a ajuda australiana.
O que me faz impressão é a total falta de "savoir faire" nestas coisas e pedir e aceitar o envio de tropas de outro país --- SEJA ELE QUAL FOR --- como se estivessem a pedir um raminho de coentros à vizinha do lado: "Ó vizinha, dê-me aí um raminho de coentros para os pézinhos de coentrada que estou a fazer, sff".

Razão teve o governo português em dizer que enviava mais GNRs mas que isso tinha de ser combinado com a ONU. Clap! Clap! Clap!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Para já, para já, tirem-se pelo menos duas lições...

De toda a instabilidade política iniciada há dois anos e que culminou (terá mesmo culminado?) com a morte de Alfredo Reinado em circunstâncias que não estão ainda completamente esclarecidas --- e que é necessário esclarecer para que não fiquem "pedras no sapato" para o futuro ---, os dirigentes timorenses DE TODOS OS QUADRANTES devem retirar para já (pelo menos) duas lições:

a) a primeira é a de que implementar, DE FACTO, NA PRÁTICA DO DIA A DIA, um verdadeiro "Estado de Direito" --- e não a mixórdia de "direito do Estado + o Estado sou eu" que alguns perfilham e praticam --- compensa! É a melhor garantia de que há regras claras a serem cumpridas POR TODOS e que se não o fizerem serão punidos por isso. Neste domínio NÃO PODE HAVER "meias tintas", "caldos de galinha", "palmadinhas nas costas", "sim mas e então eu não mando nada?", etc.;

b) a segunda é a de que à população NÃO devem ser criadas (não deveriam ter sido!) falsas expectativas sobre quão difícil é o processo de desenvolvimento de um país nas condições em que ele acedeu à independência em 2002. Tenho para mim que muita da insatisfação de parte da população resulta do facto de lhe terem sido criadas expectativas de melhoria rápida das suas condições de vida que nunca, nunquinha mesmo, deveriam ter sido criadas. Reconheço que isto é mais fácil dizer do que fazer mas tem de ser feito.

Ouviram?

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

A opção de dizer "Não, obrigado!"

Segundo notícias da LUSA veiculadas pelos jornais, o que se passou quanto à ida de mais soldados e mais polícias australianos para Timor Leste foi descrito pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros timorense da seguinte forma:

"Zacarias da Costa, explicou ontem que, na realidade, Díli aceitou o que Camberra sugeriu, formalizando o "pedido". "Para ser mais preciso, foi Camberra que ofereceu. Não fomos nós que pedimos. A Austrália voluntarizou-se para apoiar imediatamente na sequência dos incidentes. Agradecemos muito esse apoio" "

É conhecido o interesse da Austrália em assumir --- e fazer com que os outros o saibam... --- a função de potência regional e de "cabo de esquadra" naquela área do Pacífico. É natural ou, pelo menos, compreensível. Faz bem ao ego. E depois do que fizeram aos aborígenes bem precisam de se sentirem com o peito cheio...
Assim sendo, é natural que tenham tomado a iniciativa de oferecer os seus préstimos ao vizinho num momento difícil. Para eles até foi um acto simpático, de boa vizinhança: "Ó vizinho! Você é um lingrinhas e achamos que não tem capacidade para dar um bom par de tabefes nesses mariolas que aí tem mas olhe que eu tenho aqui uns mocetões habituados a beber cerveja e comer uns belos bifes de churrasco que o podem ajudar a dar umas palmadas nos tipos. Eu vou mandar uns quantos, tá? E já agora mando também uns que podem ajudar depois a apanhar os cacos..."
Deve ter sido mais ou menos assim o diálogo. 'Tou mesmo a ver que foi. Parce que os estou a ouvir!...

Até aqui tudo bem. Mas o meu ponto não é esse. O meu ponto é que Zacarias (e o patrão dele) deveria ter-se lembrado que já lá tinha uns mocetões iguais aos que lhe estavam a oferecer e que eles não tinham feito nada de especialmente útil até então. E deveria ter adoptado a posição mais "pró-activa" (?) de lembrar isso mesmo e dizer simplesmente "não, obrigado! Primeiro vamos ver se a gente resolve o problema com a malta que cá temos e se não formos capazes então a gente pede mais 3 ou 4 mocetões. Tenha-os preparados aí na sua casa que a gente se precisar pede. ´Tá? Obrigado". E desligava repetindo: "obrigado! Valeu!..."

Mais explicitamenteainda o que quero salientar é que os timorenses, neste caso como em tantos, tantos outros, esqueceram-se que têm a opção de dizerem "não, obrigado!...". Habituaram-se de tal maneira a beneficiarem do "não se paga, não se paga!..." da ajuda internacional que se esqueceram de que podem dizer "não!" E isto é válido não só para esta área mas também para muitas outras de actuação daquela ajuda. Um bocadinho de mais orgulho por serem independentes não faz mal nenhum, 'tá?!...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Estado de Direito ou direito do Estado (+ "O Estado sou eu")?

A situação política em Timor Leste que se vive actualmente é o fruto,não-tão-inesperado-quanto-isso, das atitudes dos dirigentes actuais, os quais têm uma visão muito particular do que é o "Estado de Direito" --- que, aliás e em boa parte, encontra réplica um pouco por toda a Ásia, particularmente no Sudeste Asiático.
De facto, talvez devido à enorme influência que as ligações interpessoais e entre as pessoas e o Estado têm no contexto da predominância da "família alargada" em sociedades que ainda estão algo atrasadas no processo da sua maturação, a concepção asiática de "Estado de Direito" está ainda muito afastada da concepção ocidental (europeia e norte-americana) de tal conceito.
Diria que naquelas sociedades --- e em Timor Leste --- mais que um "Estado de Direito" o que temos é um somatório de dois conceitos que fizeram o seu percurso noutros locais e noutros tempos históricos: o do "direito do Estado" + "O Estado sou eu".
Basta olharmos para a frase devidamente realçada de uma "carta-salvo-conduto" assinada pelo punho de Ramos Horta a favor do ex-major Reinado e que reproduzimos numa "entrada" mais abaixo para percebermos a que milhas de distância estamos ainda da vigência do tal "Estado de Direito" por aquelas bandas...
Infelizmente...

PS - reconheço que a utilização da palavra "atrasadas" acima tem subjacente uma ideia de uma certa superioridade --- no estrito domínio de que estamos a falar --- das nossas sociedades sobre "as outras". Que não se confunda isso com europeucentrismo cultural.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Frases do dia...

"Pedro Bacelar de Vasconcelos diz que os atentados contra o Presidente José Ramos-Horta e contra o primeiro-ministro Xanana Gusmão “demonstram a insensatez da posição da Fretilin em não reconhecer a legitimidade e em persistir em declarar a inconstitucionalidade do Governo timorense”.
O que é que os alhos têm que ver com o bogalhos?!... Endoidou, foi?!...

"Parece que os australianos vão enviar tropas especiais para Timor Leste. Provavelmente são tropas especiais por estarem especialmente treinadas em não fazerem nada de especial"!... Como os seus camaradas de armas que estão/têm estado em Timor Leste.

A soma de uma "ineficácia" (a dos militares autralianos que estão em Timor) com outra "ineficácia" (a dos militares australianos que irão chegar a Timor) não é igual a "eficácia" !

Pois é: quem semeia ventos (ou não os acalma...) colhe tempestades! E que tempestade!...

Confesso que não esperava que o Reinado se atrevesse a fazer o que fez, nem nada que se pareça. Mas todos sabíamos que ele era um indivíduo perigoso porque emocionalmente instável e com uma propensão para "Rambo de trazer por casa" que fazia dele uma potencial bomba de relógio. E isto apesar de os dirigentes máximos do país dizerem que ele não era uma ameaça à estabilidade de Timor Leste --- no que eram acompanhados pelos responsáveis da ONU.
E agora? O que dizem? O mesmo? Infelizmente para os timorenses a maioria da classe política do país não tem qualidade suficiente para desempenhar as funções de que estão investidos. Está-se a ver o resultado, nomeadamente da política de "deixar andar" e não saberem o que é um "Estado de direito", preferindo-lhe, aparentemente, o "direito do estado" de ser Presidente ou PM...
É curioso que o Parlamento, que é quem tem poderes para decretar o "estado de sítio", tenha tido tempo para aceitar a oferta/pedido australiano para enviar mais tropas (e polícias) mas não teve tempo de decretar o "estado de sítio"...
E mais tropas australianas para quê? Mais uma vez as que lá estão demonstraram que não estão lá para arriscar o "coiro". Aparentemente estão lá para gozarem umas férias, beberem umas cervejas no "CazBar" e empanturrarem-se de "capuccinos" e bolos no City Café! Tudo armados até aos dentes.
Como me dizia há algumas horas um amigo meu no local, parece que além de mais polícias vão "forças especiais especialmente treinadas para não fazerem nada de especial"!...
Veremos se são ou não tão "especialmente ineficazes" como os seus camaradas que já lá estão. Como explicar que, por exemplo, tenham montado um esquema de segurança a 300 metros da casa do Presidente depois de o combate ter acabado e nem se terem preocupado em irem saber se havia mortos e feridos?!... Esta não lembra ao diabo!... E pode ter custado a vida ou a saúde a Ramos Horta. Veremos.
Quanto à situação política do país, o que aconteceu --- e esperemos que a situação clínica de RH não se complique e ele recupere completamente --- pode trazer o fim de uma era. Mas a verdade é que deixa mais perguntas no ar do que respostas... Um outro amigo chegou mesmo a insinuar que os australianos escreveram direito por linhas tortas... Ou torto por linhas direitas?
Não acredito --- seria demasiado maquiavélico... --- mas que a sua ineficácia é responsável pela situação, isso é verdade. E aparentemente não aprenderam nada porque não há notícias de se ter inciado imediatamente a necessária "caça ao homem", tudo se passando como se se tratasse de um mero "incómodo"... Estão à espera que os atacantes se esfumem nas montanhas? Ou pensam que eles vão estar na piscina do "Esplanade" à vossa espera? Vão-se catar!...

domingo, 10 de fevereiro de 2008

No melhor pano cai a nódoa!

Já sabiam, não sabiam? O que talvez não soubessem é que, de acordo com o escritório da UNESCO em Timor Leste a data de Independência do país é... 18 de Agosto!... Nem o constitucional 28 de Novembro nem o internacionalmente aceite 20 de Maio. 18 de Agosto, pois então!
É isso que consta do recentemente publicado (em Timor Leste) calendário para 2008.
A minha alma está parva!...
Querem ver, querem ver?!...


Fernando Peça: diga lá só mais uma vez "E esta, hem?!..."

PS - e já agora: que raio se comemora no dia 18 de Agosto?!... Veja aqui, por exemplo. É tanta coisa. O que será que a UNESCO quer colocar os timorenses a comemorarem? Será o dia da morte de Gengiscão? O Dia Internacional dos Faróis? Ou o dia da principal batalha do exército australiano na Guerra do Vietneme? (Huum!... Aqui cheira-me a esturro!...)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Tem razão, PM, mas isso é só parte da realidade...

O Primeiro-Ministro de Timor Leste declarou recentemente em entrevista à LUSA a propósito da aplicação dos dinheiros do Fundo Petrolífero que "A fórmula actual [para essa aplicação] foi dada pela Noruega, mas se virmos a prática da Noruega, eles fazem quase o contrário" quanto à opção de investimento das receitas petrolíferas em títulos do tesouro norte-americano.
Não defendo --- nunca defendi e disse-o na altura apropriada "a quem de direito" --- a estratégia de investimento definida para o Fundo Petrolífero e defendo ainda menos que ela esteja escarrapachada na própria Lei do Fundo Petrolífero, com a rigidez que tal facto lhe confere e que só levanta problemas.
Mas é preciso ter consciência de que a Noruega tem uma estratégia de investimento diferente da de Timor AGORA, hoje, porque o seu Fundo de Pensões --- o equivalente do país ao Fundo Petrolífero --- tem um capital de "apenas" 350 mil milhões de USD (30/Set/2007). O que não é a mesma coisa que os 1,8 mil milhões do Fundo de Timor Leste (i.e., 0,5% do da Noruega!) naquela mesma data. No início do Fundo norueguês eles foram tão cuidadosos como o foram quando aconselharam Timor Leste (e já agora: eles podiam "aconselhar" mas quem mandavam eram os timorenses. Esqueceu-se?).
Comparar alhos com bogalhos é uma tontice! Além de que tem de se lembrar, isso sim, é que as estimativas que existiam quanto aos valores futuros do Fundo quando a Lei foi aprovada eram bem "conservadoras" (cerca de 220-230 milhões USD para meados de 2007). O que existia em meados de 2007 (1800 milhões em Setembro/07) não era cogitado na altura e só foi possível porque os preços do petróleo "dispararam" até preços então inimagináveis.


Só lido! Contado ninguém acredita!...

Exemplo do entendimento do funcionamento de um "Estado de Direito" (rule of law) pelo Presidente da República de Timor Leste! Ora leiam...


E já agora, o Sr. Presidente pode identificar claramente qual a lei que estabelece a referida (por si) predominância do Gabinete do Presidente --- leia-se "VEXA" ... --- sobre "TODAS (todinhas!) as instituições do Estado e do Governo, incluindo os Tribunais"? É para a gente conhecer bem a lei e actuar em conformidade. Nem numa ditadura se viu isto!
Mas se me permite faço só umas perguntinhas para ficar completamente esclarecido: se lhe der "a louca" --- note que pressuponho que ainda não deu! ;-) --- e começar a dizer, fazer e mandar fazer disparates a malta continua a ter de obedecer ao "Gabinete do Presidente"= VEXA? Qual o artigo da referida lei em que esta excepção à regra da obediência cega surda e muda está prevista? E qual foi a fonte inspiradora de tal lei? Alguma lei do Idi Amin ou do Bokassa? Ou terá sido do Pol Pot? Sim, porque de um país democrático não foi de certeza; mas se foi gostaria de saber qual.
Desculpe o incómodo. Mas aviso desde já que se o Gabinete do Presidente (VEXA) me mandar calar eu continuarei a fazer perguntas porque tenho língua de perguntador... Topa?!...

Peditório para a compra de binóculos para o exército australiano em Timor

Houve há alguns dias atrás, perto de Ermera, um "encontro (quase) imediato" do 2º grau entre uma patrulha do exército australiano e uma do grupo de indivíduos que, armados, acompanham o ex-major Alfredo Reinado.
Sabe-se que, alvejados a tiro pelos segundos, os primeiros fizeram "ouvidos de mercador", assobiaram para o ar e não ripostaram, tendo, antes, optado por virar costas e ir à sua vidinha pois eles não estão ali para deixar as namoradas choramingando, as mulheres viúvas e os filhos órfãos por causa de uns quantos safardanas timorenses.
No entanto, e de uma das cartas sobre as relações entre o Dr. José Horta, as tropas australianas e o sr. Alves Reinado publicadas ontem no Timor online, sabe-se que as instruções dos militares australianos são no sentido de deterem e entregarem à polícia quem for encontrado "com a boca na botija", nomeadamente carregando armas não autorizadas a civis.

Como foram alvejados por armas deste tipo (ou terão sido fisgas com balas?) e não fizeram nada para deter quem as utilizava, deduz-se que os australianos não viram nada (se é que ouviram... Talvez tenha sido só uma leve impressão, um zumbidozinho no ouvido confundido com o de um mosquito). Muito provavelmente não viram porque (i) os atiradores estavam numa moita a brincar às escondidas e ao "agarra, agarra!"; e/ou (ii) os alvos (os australianos) não tinham binóculos para os ver.

Querendo acreditar que foi esta última hipótese que se verificou ou, pelo menos, para que ela não venha a ocorrer numa próxima oportunidade proponho que se abra um peditório nacional e, mesmo, internacional para comprar binóculos para o exército australiano em Timor. É que eles pesavam muito e os soldados não os levaram para não pagarem excesso de peso no avião.

Assim, para a próxima já não terão desculpas esfarrapadas para não fazerem o seu trabalho...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Kung Hei Fat Choi! / Gong Xi Fat Cai

Esta é a saudação tradicional na China para desejar, no Ano Novo chinês (que se comemora hoje, 7 de Fevereiro), bom ano e muitas prosperidades... Principalmente estas... Ou não fossem os chineses uns apaixonados pelo vil metal...

E como hoje se inicia o meu signo chinês, aqui vai uma síntese das minhas (muitas) qualidades!...

Engana-se, Sr. Primeiro-Ministro, engana-se!...

Segundo o blog Timor Lorosae Nação o Primeiro-Ministro Xanana Gusmão afirmou à LUSA que "o major fugitivo Alfredo Reinado "não é uma ameaça real à estabilidade" ".
Engana-se redondamente! E isso é grave de quem tem por missão fazer as leis e, principalmente, fazer tudo para elas sejam cumpridas.
É evidente que o ex-major é doido mas não é maluco! Pelo menos não o suficiente para sair por aí aos tiros para um lado e para o outro... Nesse sentido ele não é, de facto, uma ameaça à estabilidade do país. Foi-o no auge da crise de 2006 sabe-se lá a mando de quem ou de acordo com a agenda quem... (sabe, não sabe?!...). Mas agora não parece que seja --- até porque sabe que esse seria o seu "canto do cisne"!
A estabilidade está posta em causa por ele de uma outra forma, muito mais insidiosa e a longo prazo e que tem que ver muito mais com o que ele fez no passado do que com o que faz/deixa de fazer no presente: pela imagem que dá de que o "primado da lei" é coisa "para inglês ver" (leia-se "para malai ver"...) e alguns cumprirem. Mas não todos... É isto que está a roer o Estado timorense! Devagarinho, devagarinho... Debaixo das suas barbas!
Mas convenhamos que neste aspecto ele não está sózinho! O seu próprio Presidente é useiro e vezeiro em fazer mais ou menos o que quer e lhe apetece como se a coisa pública fosse mais ou menos a mesma coisa que o seu próprio orçamento familiar. Rapa daqui, põe ali, conforme quer e lhe apetece. Entre outras coisas bem mais graves. Veja-se o que aconteceu com os dinheiros da sua campanha eleitoral e que ele próprio confessou que foram (?) usados para outros fins que não os definidos na lei.
Digamos mesmo que até VEXA tem telhados de vidro nesta matéria, não é verdade? E olhe que parece que são bem fininhos...

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Macau: casinos, casinos, casinos...

Desde o fim do monopólio do jogo em Macau, detido pela empresa de Stanley Ho até 2002, que aquilo que é hoje a RAEM-Região Administrativa Especial de Macau tem conhecido um significativo crescimento da indústria do jogo. Ele é a "Macau strip" --- na própria península ---, ele é a "COTAI strip" --- no aterro que ligas as antigas ilhas de Taipa e de Coloane, agora definitivamente ligadas entre si...

O velhino Casino Lisboa, outrora a imagem de marca de Macau e do seu jogo, é hoje uma quase relíquia do passado com a sua forma em gaiola, para aprisionar a fortuna no seu interior... Só não o é porque a empresa proprietária (a SJM-Sociedade de Jogos de Macau, de Stanley Ho) decidiu renová-lo inteiramente para fazer face à concorrência.


Desde 2004, quando foi inaugurado o primeiro casino da nova era pós-monopólio (agora são seis as empresas que dominam o mercado), as inaugurações têm-se sucedido e hoje Macau ultrapassou já, de longe, Las Vegas como a maior sala de jogos do Mundo.
Lá se encontra o maior casino (o Venetian, de capitais americanos de Las Vegas) e outros verdadeiros "monstros" na indústria. O último a ser inaugurado, no passado dia 1 de Fevereiro, foi o complexo "Ponde 16" --- do nome da zona do Porto Interior onde está instalado ---, também da SJM.

Entretanto foram já publicadas as estatísticas do jogo referentes ao ano de 2007.
Delas destacamos algumas informações:
a) em parte graças ao sucesso que tem sido o funcionamento do "Venetian", as receitas do jogo em 2007 atingiram o valor record de 83 mil milhões de patacas (mais 26,4 mil milhões --- quase +50% que no ano anterior), equivalentes a cerca de 7100 milhões de euros; b) o jogo mais praticado é o bacará, nomeadamente nas salas VIP. É aí que apostam os ricaços da região, desde Hong Kong a, cada vez mais, a própria China mas também das Filipinas, de Singapura e outros países;
c) Macau, graças ao desenvolvimento desta indústria, já não é apenas a "sala de jogos" dos apostadores de Hong Kong (onde os casinos continuam proibidos) mas também da China Continental e de toda a Ásia Oriental. O que desperta a cobiça de outros países, que se preparam para se lançarem "a sério" nesta indústria (caso de Singapura). Aparentemente os empresários actuando em Macau não temem tal concorrência pois enquanto houver chineses --- danadinhos para o jogo... --- a vida é bela... Seja numa mesa de jogo seja em frente de uma máquina. Umas e outras têm crescido como cogumelos em Macau, crescimento esse que irá abrandar significativamente dentro de cerca de 2 anos, quando estiverem já em funcionamento todos os grandes projectos/casinos/diversões ainda em construção, nomeadamente no COTAI, o aterro entre Taipa e Coloane.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

A história do Ano Novo chinês e do zodíaco

O próximo dia 7 de Fevereiro é o dia de Ano Novo segundo o calendário chinês. Este (ou uma forma aproximada dele), segundo alguns vestígios arqueológicos, data de há quase cinco mil anos! De facto, ainda que não haja certezas sobre o ano 1 do calendário chinês, ele poderá corresponder ao ano 2637 antes de Cristo do nosso calendário. A ser assim, no dia 7 de Fevereiro próximo começa o ano 4605. Segundo outra versão, o calendário chinês terá mais 60 anos e por isso naquela data começa o ano 4705.

A semana que inclui o dia de Ano Novo (dia de Lua Nova) é o único período do ano em que a China quase pára de trabalhar pois as algumas centenas de milhões de trabalhadores de zonas rurais que vivem nas cidades (para onde se deslocaram na sequência do início do forte crescimento económico chinês desde o início dos anos ’80) vão “à santa terrinha” visitar a família.
Nesse dia começa o “Ano do Rato” --- que por acaso até é o meu... J
Este é o primeiro do ciclo de 12 signos lunares representados por 12 animais (por ordem): o rato (grosso modo o ano de 2008), o boi (2009), o tigre (2010), o coelho (2011), o dragão (2012), a serpente (2013), o cavalo (2014), o carneiro (2015), o macaco (2016), o galo (2017), o cão (2018), e o porco (2019).

Segundo a tese mais geral, a sua ordem corresponde àquela em que os únicos animais que responderam ao chamamento de Buda se apresentaram perante este.
Segundo outra lenda, a ordem corresponde àquela em que terminaram um concurso feito pelos deuses chineses para determinar a sequência de animais no zodíaco chinês.

Todos os animais alinharam na margem de um rio. A prova consistia em chegarem à margem oposta o mais rapidamente possível. A ordem em que chegaram corresponde à sua ordem no zodíaco.
O gato, com medo da água, ficou aflito para saber como faria para atravessar o rio sem se molhar. Ao mesmo tempo, o boi, que vê mal, ficou receoso de não conseguir enxergar a outra margem e, por isso, não chegar lá.
O rato, espertalhão, sugeriu que ele e o gato saltassem para as costas do boi e o guiassem na travessia. O boi, pachorrendo mas trabalhador, nem se apercebeu que o rato se pôs atrás do gato e acabou por o empurrar para dentro de água. Assim que o boi chegou a terra, o rato saltou de cima dele e correu, tendo terminado a corrida em primeiro lugar. O porco, preguiçoso, acabou no último (12º) lugar.
Por isso o ciclo de 12 anos do zodíaco chinês começa com o rato e termina com o porco. Quanto ao gato, encharcado “que nem um pinto”, lá conseguiu nadar até à margem mas demasiado tarde para ganhar um lugar no zodíaco. Desde aí que anda a tentar apanhar o rato que lhe fez a patifaria de o atirar à água numa ocasião tão importante.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Sabia que...

"Embora a Austrália seja um doador generoso de Timor Leste, o governo australiano anda a tirar mais de 1 milhão de dólares por dia do petróleo e gás na área em disputa do Mar de Timor que está duas vezes mais perto de Timor Leste que da Austrália.
A Austrália recebeu quase dez vezes mais rendimento do petróleo e do gás do Mar de Timor do que deu em ajuda a Timor Leste desde 1999."

Oxfam Austrália (2004)


Ainda que esta informação esteja um pouco desactualizada --- já se passaram 4 anos e muita coisa mudou entretanto --- a verdade é que ela não deixa de ser assustadora...

Por favor! Tenham juízo! Olhem que o proponente não sabe o que diz!...

Este grito é para o comité de apreciação de candidaturas ao Prémio Nobel da Paz. Se dão o prémio ao Durão Barroso arriscam-se a terem 10 milhões de pessoas a rirem-se à gargalhada!
Por favor, não levem a sério a proposta do RH!...
Aquilo de propor o Durão não era para levar a sério. Era só para engraxar...Como de costume no proponente.
Muita sorte têm vocês em o Xanana não ter proposto o Suharto!