À falta de outra forma de o fazer mas também porque o assunto é relevante para todos os que têm a pachorra de ler o que escrevo neste blog aproveito-o para fazer um esclarecimento.
Este é relativo ao comentário à 'entrada' anterior sobre "Mais olhos que barriga" que poderão ler mais abaixo.
O que está em causa são principalmente as afirmações finais do comentador e que aqui me permito recordar:
"Por favor, não critiquem à toa, mas façam-no de uma maneira construtiva. E nunca se esqueçam, que se Timor-Leste não ocupar o seu mar, outros o farão por ele.
Não é isso que querem, pois não? Ou é?"
Agradeço a forma delicada como o "anónimo" que subscreve o comentário coloca a questão e as informações que nos dá sobre a actividade das duas lanchas de fiscalização. Por aí se vê que se trata, muito provavelmente, de um "filho da Escola"...
Permito-me no entanto responder que mesmo quando sou um pouco mais "ácido" nos comentários procuro ser construtivo. Só que, provavelmente, temos concepções ligeiramente diferentes sobre o que isto significa.
Uma releitura do meu texto deixa bem claro que "[tem] de se equacionar a questão da existência de uma força naval (minimamente) "condigna"." Quanto a isto não podemos estar mais de acordo, sendo válidos todos os argumentos constantes do seu comentário. E nesse sentido não "enfio a carapuça" das suas duas últimas perguntas... :-)
O meu problema é o 'timing'... É que quando se deixa de ser realista para ir atrás da utopia (a referência é sua...) a utilidade do processo fica definitivamente comprometida. Além disso, por feitio e por formação (em que esta refinou aquele...), acho que não há como a verdade... Para quê colocar um horizonte de 2020 se se sabe que é... "utópico"? É inútil e, a médio prazo, perigoso pois as pessoas habituam-se a que os planos não sejam para cumprir... E quando não se cumpre o primeiro e o segundo fica logo estabelecida a "lei" de que o que se diz não se escreve e que o que se escreve não se faz. É este o grande perigo e pela minha parte recuso-me a aceitar esta filosofia do "deixa andar" e do "faz de conta". "O que merece a pena ser feito merece a pena ser bem feito". Não é?
Não seria mais útil (porque mais realista) "empurrar com a barriga" esse horizonte por, no mínimo dos mínimos, cerca de 20-25 anos atirando-o para cerca de 2040-2050? "Empurrá-lo" e assumi-lo, explicando-se porquê. Isto se estivermos a falar de ter operacionais todos os meios navais de que se fala tendo em conta o seu objectivo. Em 2040 ou 2050 convido-o para vermos onde se estará então...
Por essa data e tendo em consideração a vida útil dos poços de petróleo (cerca de 20-25 anos), corre-se, de facto, o risco de aquilo que se quer defender com os meios navais mais "pesados" de que se fala já estar esgotado ou em vias disso... Este aspecto foi acautelado?
Mais: considerando que as fronteiras marítimas de Timor Leste com a Austrália só serão definidas, por acordo entre as partes, lá para 2055, se houver, por exemplo, um ataque terrorista às plataformas petrolíferas --- é este o único e verdadeiro perigo, não é? É que não estou a ver a Austrália e Timor à chapada à volta das plataformas... --- quem as defende? Ou, melhor: quem as defende já sabemos (ou não sabemos? :-) ); o que quero saber é quem tem o dever jurídico de as defender? Isto está esclarecido nos acordos entre os dois países? Nunca ouvi falar de tal coisa. Mas isso deve ser falha minha, certamente.
E finalmente: a crítica, quando visa fazer "descer à terra" ou apontar um caminho que se julga mais correcto a alguns "utópicos" não é "à toa"; é até do que de mais construtivo se pode fazer... Não é? :-)
segunda-feira, 19 de maio de 2008
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1 comentário:
Uma salva de palmas para este "post comentário"!!! Para bom entendedor esta explicação basta! As ideias e as sugestões são boas quando há alguém interessado em as aplicar...
José Gomes
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