sexta-feira, 30 de maio de 2008

Sobre o preço da "gasosa"...

Não, não estou a falar de "pirolitos" e bebidas similares... Estou a falar da "gasosa" que se mete no tanque do automóvel e que custa agora os olhos da cara.
Como estou farto de ouvir asneiras --- até a alguns políticos que são professores universitários e tinham, por isso, a obrigação de fazer o trabalho de casa bem feito (ouviste, Francisco?) ---, resolvi espreitar o que se passa noutras bandas para comparar o que por lá se passa com o que se passa entre nós.
E fui espreitar, até por facilidade de obtenção de informação estatística, nem mais nem menos que o preço da gasolina em... New York. Melhor: o que me interessa verdadeiramente não é o preço absoluto --- esse já se sabe que nos States é uma pechincha em relação a "nóis" --- mas sim a variação do preço desde o início do ano.
Esse valor deve ser comparado com o equivalente em Portugal e que anda, salvo erro, pelos cerca de 10%.
E o que descobri? Que em New York a gasolina aumentou, desde o início do ano, 25,5% ! Muito mais que cá!

Mais: o preço do petróleo bruto aumentou 37% (bolas!...) desde o início do ano até ao passado dia 26 de Maio, quando atingiu uma média de 131,59 USD/barril (no início do ano estava a 96 USD/barril).
Note-se que o custo do petróleo bruto não tem de se repercutir tostão-por-tostão no preço da gasolina porque o preço desta inclui uma larguíssima fatia de imposto e porque, mesmo antes de imposto (i.e., à porta da refinaria), o custo dela reflecte também outros custos (pessoal, etc) de produção. E isto para não falar dos custos de distribuição.

Moral da história: o melhor é não falarmos muito porque senão ainda aumentam ainda mais o preço da gasolina... Apesar de haver, aparentemente, ainda alguma margem para baixar a o preço da gasolina "à porta da fábrica"...

E então os impostos? Não se pode baixá-los? Poder pode, mas... E quais serão as consequências? Agravamento do défice fiscal que todos iremos pagar com a subida de outros impostos...
Mais: não acredito que, a não ser que essa descida seja realmente significativa, ela possa atingir valores que não virão a ser "comidos" 1 ou 2 meses depois pela continuação da subida dos preços internacionais do petróleo. E quando isso acontecer vão pedir o quê? Que continuem a baixar os impostos?

É... A coisa 'tá mesmo preta... Mas há culpados! Vejam, por exemplo, algumas explicações importantes em http://economia-tl.blogspot.com
Daí se deduz que os grandes culpados do que está a acontecer é o alargamento aos mercados das matérias primas (petróleo, alimentos, etc) do capitalismo financeiro que até recentemente estava algo limitado às bolsas de valores. Mas o melhor é lerem com os próprios olhos.

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