sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Peditório para a compra de binóculos para o exército australiano em Timor

Houve há alguns dias atrás, perto de Ermera, um "encontro (quase) imediato" do 2º grau entre uma patrulha do exército australiano e uma do grupo de indivíduos que, armados, acompanham o ex-major Alfredo Reinado.
Sabe-se que, alvejados a tiro pelos segundos, os primeiros fizeram "ouvidos de mercador", assobiaram para o ar e não ripostaram, tendo, antes, optado por virar costas e ir à sua vidinha pois eles não estão ali para deixar as namoradas choramingando, as mulheres viúvas e os filhos órfãos por causa de uns quantos safardanas timorenses.
No entanto, e de uma das cartas sobre as relações entre o Dr. José Horta, as tropas australianas e o sr. Alves Reinado publicadas ontem no Timor online, sabe-se que as instruções dos militares australianos são no sentido de deterem e entregarem à polícia quem for encontrado "com a boca na botija", nomeadamente carregando armas não autorizadas a civis.

Como foram alvejados por armas deste tipo (ou terão sido fisgas com balas?) e não fizeram nada para deter quem as utilizava, deduz-se que os australianos não viram nada (se é que ouviram... Talvez tenha sido só uma leve impressão, um zumbidozinho no ouvido confundido com o de um mosquito). Muito provavelmente não viram porque (i) os atiradores estavam numa moita a brincar às escondidas e ao "agarra, agarra!"; e/ou (ii) os alvos (os australianos) não tinham binóculos para os ver.

Querendo acreditar que foi esta última hipótese que se verificou ou, pelo menos, para que ela não venha a ocorrer numa próxima oportunidade proponho que se abra um peditório nacional e, mesmo, internacional para comprar binóculos para o exército australiano em Timor. É que eles pesavam muito e os soldados não os levaram para não pagarem excesso de peso no avião.

Assim, para a próxima já não terão desculpas esfarrapadas para não fazerem o seu trabalho...

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