terça-feira, 18 de março de 2008

Importa-se de repetir, sff? É que não entendi bem...

Diz o comunicado do Conselho de Ministros extraordinário de hoje do Governo de Timor Leste que:

"(...) a Declaração de Estado de Sítio, decretada em 11 de Fevereiro passado, na sequência dos atentados contra o Presidente da República e o Primeiro-Ministro, decorreu da necessidade de garantir a ordem constitucional e a segurança e paz pública postas em causa de forma violenta e preservar o Estado de Direito Democrático. O estado de excepção decretado e renovado sucessivamente tem logrado conter a gravidade das ameaças à estabilidade do país, assegurar a ordem pública, diminuir a sua força e confiná-las a áreas identificadas.

No entanto, ainda que diminuídas e localizadas, essas ameaças não se dissiparam ainda totalmente, continuando em fuga um grupo de homens fortemente armados com equipamento de guerra, aparentemente chefiados pelo ex porta-voz dos peticionários Gastão Salsinha, suspeito de participação nos atentados contra a segurança do Estado e dois dos titulares dos órgãos de soberania."


Mas então o referido grupo "aparentemente chefiado pelo (...) Salsinha" --- "aparentemente?!... --- não está cercado algures no distrito de Ermera? Então para quê prolongar por mais um mês e a todo o território nacional (incluindo o Jaco, claro!) este estado-que-agora-passa-a-ser-de-
-emergência-mas-que-na-prática-é-mais-do-mesmo?
Hum... Aqui há gato e a desculpa é um bocado "esfarrapada"...
A razão só pode ser outra, claro. Nomeadamente o receio de que voltem a Dili (e outras localidades?) os incidentes que se verificaram no passado não tão distante quanto isso.
Mas se é assim digam-no claramente e não andem com subtefúrgios...
Mas pode haver ainda outra razão: é o de que estão a gostar da não existência de contestação, nomeadamente nas ruas. E isso é que pode ser perigoso. É que os maus hábitos apanham-se depressa. Difícil será abdicar deles...

Não percebo porque não experimentam acabar com o estado de excepção agora. Não me parece haver verdadeiramente motivos para o prolongar. Mas se passados uns tempos se verificasse, pelo regresso dos incidentes, que tinha sido prematuro então voltariam a reintroduzi-lo. Porque têm medo de acabar com ele agora? Olhem os maus hábitos, olhem os maus hábitos!...

Sem comentários: