domingo, 30 de março de 2008

Uma ponte longe demais

Acabei por dar a este 'post' o título de um dos filmes mais conhecidos sobre a Segunda Guerra Mundial. O filme apresenta a ofensiva das forças aliadas em Arnhem, na Holanda, para surpreender as tropas alemãs e se apoderarem da única ponte que atravessava o Reno que os próprios alemães não tinham destruído; a sua posse era essencial para entrar mais rapidamente na Alemanha e tentar acabar com a guerra.
Mas não é sobre o filme que quero falar mas sim sobre a terceira travessia do Tejo em Lisboa.
Sabendo da forma como a solução que aparece com mais hipóteses (Chelas-Barreiro) vai "bulir" com a movimentação de navios no rio ou se faz uma ponte suficientemente elevada ou se faz um túnel. Este pode não ser viável ali; aquela vai ser um "assassinato" da imagem de Lisboa.
Será possível uma ponte que "voe baixinho" como a "Vasco da Gama" e que a certa altura "mergulhe" no rio em vez de o querer galgar por cima? Talvez seja a melhor solução se se quiser fazer a ponte ali.
Mas porque terá ela de ser feita naquela zona? Não vai resolver nadica de nada!
As pontes devem ir "atrás" das pessoas e estas vão "atrás" das empresas que as empregam. Ora é evidente que a grande deslocalização de empresas e pessoas que Lisboa tem conhecido ao longo das últimas décadas é para poente da cidade, ao longo da A5 e da "linha de Sintra". É por isso que a "25 de Abril" continua a ser um pesadelo para toda a gente! A única solução para fornecer às pessoas uma forma conveniente para as levar de carro de sul para norte é fazer uma ponte a juzante da "25 de Abril" que desvie desta uma parte importante do trânsito que, de sul, se dirige para a A5 e a "linha de Sintra".
Mas a alternativa a dar às pessoas terá de ser esta? Não será, antes, preferível dar-lhes uma alternativa com transporte colectivo? Porque não arranjam forma de criar uma linha do "combóio da ponte" que, uma vez "do lado de lá", se dirija para aquelas zonas? E, claro, arranjem maneira de baixar RADICALMENTE os preços do transporte colectivo, nomeadamente do combóio. Enquanto não o fizerem ele NUNCA, nunquinha mesmo, será parte da solução do problema. E tem de ser.

Sem comentários: