Notícia da LUSA transcrevendo [espero que fielmente] declarações de João Gomes Cravinho, o SENEC prtuguês, diz como segue:
"Díli, 01 Abr (Lusa) - Se a Língua Portuguesa "falhar" em Timor-Leste "será por falta de recursos e acontecerá o mesmo noutros países", afirmou hoje o titular da pasta da Cooperação à Agência Lusa.
"Temos um desafio pela frente, um desafio que tem que ser resolvido no próximo par de meses, que é encontrarmos os recursos necessários para estarmos à altura das nossas responsabilidades", declarou, em Díli, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação português.
João Gomes Cravinho afirmou que Portugal "tem que saber encontrar os meios" para apoiar o ensino do Português.
"Caso contrário, estaremos a falhar em relação a algo que é de longo-prazo e é importante para a projecção de Portugal no mundo e para a consolidação de Timor-Leste como Estado independente", declarou João Gomes Cravinho à Lusa."
Primeiro: não sei o que é que o "coiso" tem a ver com as calças: porque é que um eventual falhanço do crescente uso do Português em Timor Leste fará com que "acontecerá o mesmo noutros países". E que países serão esses, Santo Deus? O Burkina Faso? O Iraque? Algum dos "países lusófonos"? O Brasil? A Guiné Bissau? Explica-te, homem!...
E essa de um desafio que tem de ser resolvido no próximo par de meses quer dizer o quê? Caramba, homem! Até me assustas! Até parece que te fizeram algum ultimato sobre o assunto... Será? Huuummmm!... Não acredito. E apesar de o João Câncio (Ministro timorense da Educação) ter tido uma parte da sua formação na Austrália ele é um exímio falante de Português, um homem educado e nada propenso a ultimatos e já tem reafirmado várias vezes que a opção pelo Português como língua oficial é imutável.
Então o que se terá passado? Aqui há gato... Desembucha, homem!...
Além disso não gostei, sinceramente, dessa "tirada" de que o vingar do Português em Timor é importante para a projecção de Portugal no Mundo. Desculpa lá mas acho que não aquece nem arrefece para a dita projecção. Além disso o critério essencial para mim não pode ser esse. Terá de ser o da utilidade para os timorenses. Por isso estou mais de acordo com o teu segundo argumento. Era bom se todos nos compenetrássemos que o problema da língua é (quase) exclusivamente timorense. Eles que resolvam!
Mas de qualquer maneira entendamo-nos numa coisa: se, coisa em que não acredito pelo que oiço nas ruas de Dili e vejo nas próprias estatísticas (o de que há, hoje, muito mais pessoas a falar um mínimo de português), o desenvolvimento do uso do Português em Timor falhar não me sinto um "falhado" por causa disso nem acho que Portugal se deva sentir como tendo falhado.
Afinal de contas Moçambique e Angola (e os outros PALOP) não tiveram nem um "cheirinho" do apoio que temos dado a Timor neste domínio e no entanto eles aí estão, falando Português pelos cotovelos!
Porquê? Sabes, não sabes? Porque os seus dirigentes não andaram com "meias tintas" e paninhos quentes na sua opção. Tomada a decisão, foram em frente na sua implementação sem hesitações. Ser capaz de decidir e implementar as decisões tem destas vantagens...
terça-feira, 1 de abril de 2008
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